Heey, Glukers! No Papo de Founder de hoje, o entrevistado é o responsável pelo “Facebook dos livros”, Ismael Pereira. Confira abaixo essa super entrevista.
1- Conte um pouco da sua história para a gente (como começou seu negócio, sua entrada no mundo do empreendedorismo etc.).
- Decidi empreender quando estava com 29 anos. Foi uma decisão ousada, porque renunciei a um emprego fixo numa grande empresa de tecnologia e a minha filha estava para nascer dentro de 30 dias. Juntamente com dois amigos montamos uma empresa de Contact Center que já empregou mais de 700 pessoas e atendeu empresas públicas e privadas, inclusive multinacionais. Hoje é especializada em operações multi-idiomas.
- Em 2014 tirei do papel um sonho antigo, que era transformar o mundo em uma grande biblioteca através do empréstimo de livros FÍSICOS. Em março de 2015, o site www.bookshare.com.br foi lançado e até o começo de 2020 acumulava cerca de 2.000 usuários com 1.500 livros cadastrados, tendo intermediado mais de 600 transações de pedidos de empréstimos. Além disso, o Bookshare foi citado em diversos veículos de comunicação, como numa reportagem sobre Economia Compartilhada ganha força com as tecnologias digitais e numa reportagem de capa da Gazeta do Povo em janeiro de 2016 com a chamada: Bookshare, o Facebook dos livros.

2- Recentemente você publicou um conteúdo sobre a tecnologia SD-WAN, fala um pouco para a gente, conta para o pessoal o que ela proporciona e suas vantagens.
- Trabalho com tecnologia desde os 16 anos e sou apaixonado pelo tema, sobretudo por aqueles relacionados ao uso da tecnologia na área da saúde. Atuo em parceria com a Teledata, empresa de tecnologia, telecomunicações e Contact Center Omnichannel, com mais de 34 anos de atuação em todo o Brasil. Uma das soluções comercializadas é o SD-WAN, acrônimo para Software-Defined Wide Area Network. Quem imaginaria que seria possível garantir a mesma qualidade de banda e segurança que um link caro MPLS utilizando conexões convencionais como ADSL, 4G/5G e/ou satélite? Com SD-WAN é possível. Falo mais num artigo que escrevi com o título O que considerar para implementar SD-WAN na sua empresa.
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3- E o Bookshare? Como funciona? Qual o público-alvo?
- Através do Bookshare é possível emprestar e pedir livros emprestados. E não se preocupe quanto ao prazo de entrega. O Bookshare faz o papel de “chato” enviando lembretes para que o livro seja devolvido dentro do prazo máximo de 30 dias. Além disso, tanto quem emprestou quanto quem pediu emprestado precisam se avaliar mutuamente. É possível também dar notas para livros, fazer comentários entre outras coisas.
- O Bookshare está extremamente aderente ao conceito de economia colaborativa, onde a premissa é a de que não temos escassez, mas sim abundância, bem como as pessoas têm boa fé. É muito difundida nos países desenvolvidos. Ah, além do Brasil, amantes da leitura de Portugal, Angola, Moçambique e EUA também podem emprestar e pedir livros emprestados através do Bookshare. Já estamos avançando em negociações para disponibilizar também na Irlanda, França e Canadá.

4- Em uma entrevista recente você destacou que as empresas que ficarão no coração dos clientes, são aquelas que ainda mantém o componente humano como diferencial, mesmo com a expansão da tecnologia. Hoje, como a empresa consegue sustentar esse componente humano, como que ela pode manter ou criar esse diferencial?
- “A tecnologia é moderna. O atendimento é eterno.” Não existem negócios B2B, B2C ou B2G. o que existe é H2H, ou seja, Human to Human. Em última instância os relacionamentos acontecem entre pessoas, independentemente da tecnologia envolvida. Quando tudo está dando errado, é com uma pessoa que você prefere falar, a despeito de a tecnologia estar muito mais avançada hoje do que era há 10 anos. Estamos falando de inteligência artificial, processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina, metaverso entre tantas outras coisas. Atualmente, já é possível fazer um atendimento totalmente digital sem que o cliente perceba que está interagindo com uma máquina. Todavia, “nenhuma tecnologia substitui a compaixão”. Recomendo a leitura de A Fábula do Amor Robótico, disponível no livro O Poder da Intuição, de Gerd Gigerenzer.
- Assim, o Bookshare enfatiza o poder das conexões ao exigir que tanto quem emprestou, quanto quem pediu emprestado, precisam se encontrar para concluir a transação. Obviamente que há a possibilidade de utilizar serviços de entregas como Uber Flash entre outros para fazer isso, mas acredito que as pessoas vão querer se conhecer para conversar a respeito dos livros.

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5- E a Gluker? Como foi esse match entre vocês?
- Confesso que não conhecia a Gluker, mas tinha o contato do Luiz Marcelo no meu LinkedIn. Ele respondeu à minha mensagem convidando-o a conhecer o Bookshare e compartilhar com os colegas de trabalho. Eu achei a ideia fenomenal, sobretudo pela missão: “Unir o melhor das pessoas com o melhor da tecnologia através do mundo digital”. É o que queremos também com o Bookshare.
6- O que esperar do Bookshare e do Ismael Pereira em 2022?
- O site ficou em stand-by por mais de dois anos devido à pandemia de COVID-19 e foi reativado há cerca de 10 dias. Há muitos ajustes sendo feitos. A minha esperança é que consigamos seguir com o nosso propósito transformador massivo que é transformar o mundo em uma grande biblioteca. Ah, um fato curioso: conheci a minha noiva há seis anos através do Bookshare. Ela é uma excelente escritora, autora de vários livros, entre eles Risco Calculado e, assim como eu, é apaixonada por livros. Brinco que ela é meu dicionário ambulante. Ainda que não seja a intenção da plataforma, o networking e consequentes relacionamentos afetivos e/ou amorosos são possíveis, à medida que as pessoas se conectarem pelo interesse em comum que é a paixão pela leitura. Para seguir adiante e conquistar muito mais, conto com o apoio de grandes amigos que são especialistas em infraestrutura de tecnologia, telecomunicações, banco de dados e desenvolvimento, como Rodolpho Chapadense Alves, Guilherme Furman da Costa e Jonas Fernando da Silva.

- Quanto a mim, continuarei evangelizando sobre as vantagens do consumo colaborativo porque já é tempo de nos conscientizarmos de que do jeito que está não dá mais. Por que comprar livros se o que desejo ler pode estar com o meu vizinho de condomínio, colega de trabalho, parente entre outros? Isto se aplica a quase tudo, como por exemplo quando alguém compra uma furadeira. O que se deseja de verdade é um buraco na parede.

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